O Conceito Neuroevolutivo Bobath é uma abordagem terapêutica que prioriza a solução de problemas de função, movimento, tônus.
Originado pelo neurologista e psiquiatra alemão Karel Bobath e sua esposa a fisioterapeuta Bertha Bobath no início da década de 40, quando vieram para a Grã Bretanha refugiados judeus, desenvolveram um Conceito inovador e eficiente no tratamento de neuropatias.
Na década de 50 fundaram em Londres o Centro Bobath (Bobath Centre), refêrencia em pesquisas e desenvolvimento do Conceito. A partir da fundação do Bobath Centre é considerado Conceito pela sua constante evolução e atualização.
Na década de 90, Bertha Bobath percebeu que o tratamento não deveria se orientar por um conjunto estruturado de exercícios e sim de uma variedade de estratégias adaptadas para atender a evolução das necessidades individuais.
Utiliza-se da facilitação do movimento, através de estratégias (motoras, sensoriais, perceptivas), manuseios dinâmicos, solicitando o Balance (conjunto de reações de endireitamento, proteção e equilíbrio), promovendo controle sinérgico postural e adaptações posturais com foco na função através do aprendizado motor. O indivíduo aprende a sensação do movimento, e não o movimento em si.
O Conceito visa estimular e aumentar a capacidade do indivíduo para a realização de atividades funcionais com a maior independência possível, de acordo com suas potencialidades, tornando-o capaz de adaptar-se ao ambiente de forma mais adequada e desenvolver suas atividades com a melhor qualidade possível.
A bola suiça e os rolos sólidos são muito utilizados durante a execução das estratégias. Em crianças utiliza-se o lúdico como forma de tornar a terapia prazerosa e contributiva para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, já que a percepção e a cognição devem ser integradas no aprendizado.
Segundo Gusman e Torre (2010), mais importante que utilizar as estratégias do Conceito, é saber utilizá-las no momento adequado e modificá-las de acordo com as características de cada indivíduo.
O aspecto biopisicossocial tem evoluído por mais de 50 anos, e a neurociência moderna junto com a ciência do movimento tem servido como suporte para a prática atual. A descrição do conceito evolui e enriquece à medida que novas pesquisas e informações da neurociência e da ciência do movimento surgem.
Fontes:
Castilho-Weinert, L. V., Forti-Bellani, C. D.; Abordagem Fisioterapêutica pelo Conceito Neuroevolutivo Bobath. Cap. 3. Omnipax, 2011
Associação Brasileira de Fisioterapia em Neurologia para o Desenvolvimento e Divulgação dos Conceitos Neurofuncionais: http://www.abradimene.org.br/